Eleições religiosas
23/10/2010 - 00:01:00 - Da Redação Esta notícia foi lida 1.056 vezes
Humberto Machado, Servidor Público, Radialista e pastor auxiliar da Assembléia de Deus em Fernandópolis
Toda campanha sempre reserva surpresas esta não poderia ser diferente. As polêmicas e trocas de acusações são tidas como “normal” na disputa que pretende eleger o presidente da república. O que não se esperava é a polarização de assuntos que normalmente não eram explorados em outras campanhas. Temas que pode até parecer distante do cotidiano, e que não aparece em pesquisas, mas foram estes temas que causaram o segundo turno.
A questão religiosa tem sido um dos focos principais no segundo turno das eleições, trazendo ao debate temas como o aborto e a união civil de casais do mesmo sexo, o que com certeza nenhum político de carteirinha tinha previsto que isto poderia acontecer.
O candidato José Serra se posicionou contrário ao aborto, enquanto que Dilma deu um entendimento dúbio dizendo que “pessoalmente” era contra o aborto e que estava retirando o tema de seu programa de governo, parece conveniente depois que percebeu que a vaca estava indo para o brejo. A pressão foi tão grande que a candidata do PT distribui uma carta aberta principalmente direcionada aos religiosos.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também discordou da polarização deste assunto na campanha, dizendo que a confissão religiosa não deve ser tema de debate. O mesmo FHC já amargou uma fragorosa derrota eleitoral para Jânio Quadros para a prefeitura de São Paulo na década de 80, porque fez uma declaração de era ateu.
As manifestações pipocam Brasil afora. Em Rondônia, onde acontece também o segundo turno para governador, o debate tem sido pautado pelo aborto e pela religião. Os dois candidatos fizeram reuniões com líderes e pastores evangélicos para reafirmar valores cristãos. Cerca de 27% da população daquele estado é evangélica.
O arcebispo do Rio de Janeiro, d. Orani Tempesta, divulgou nota afirmando neutralidade, mas a "incentiva" os fieis, "agora mais do nunca", a votar em quem respeita "o valor da vida desde sua concepção" e "a família com sua própria constituição natural". Também citando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos que é parte do plano de governo do PT. "Renovamos nossa crítica ao PNDH-3”, mesmo depois de ter sido retirada a proposta de legalização do aborto, porque foi falaciosamente indicada como 'questão de saúde pública.
Responder o porquê este assunto tem sido massificado, passa por uma avaliação de como a população tem encarado a participação da religião na sociedade e na política, que apesar de cada dia crescer a degradação moral, as igrejas principalmente as evangélicas, estão se enchendo de pessoas sedentas em algo novo para suas vidas. E isto tem sido comprovado em estatísticas que projetam o país em 2020 com metade da população evangélica. E este segmento, ao contrário de anos atrás, classes mais altas tem aderido a mensagem evangélica, e cada vez mais dando importância a uma participação social e política mais intensa.
O fato é que muitos candidatos que não apareceram em cartazes e campanha de massa, conquistaram muitos votos e foram eleitos para espanto dos analistas de plantão. É o voto ideológico.Este voto não leva em consideração apenas a melhoria do bairro ou sua cidade, mas sim a defesa de valores. Estas campanhas são feitas “silenciosamente” dentro de igrejas.
E isto não pôde ser detectado em pesquisa. A bancada evangélica cresceu 65 % de seus representantes no congresso nacional, saindo de 43 para 71 deputados e todos com discursos de ataque à descriminalização do aborto e ao casamento gay. O pastor Silas Malafaia que não foi candidato, é um dos representantes mais aguerridos dos evangélicos, tem tido um papel preponderante na divulgação e defesa do povo cristão. Sua programação em várias redes de televisão chega sempre com conteúdos fortes sobre o assunto.
Para muitos a mistura de religião e política é heresia, mas é impossível divorciar uma coisa da outra. A religião está intrínseca ao ser humano, que por sua vez não consegue viver sem um contexto social que é controlado pela política. Os dogmas religiosos são imutáveis e a política deve se adequar ao pensamento dinâmico do povo e não o contrário. O que não é possível admitir que as leis interfiram nos princípios religiosos e que venham ferir e institucionalizar valores contrários ao pensamento cristão.
O momento é de avaliar e olhar o povo cristão através de outro prisma, não apenas como uma massa que aceita passivamente todas as idéias. O voto ideológico é real, e é hora dos líderes enxergarem principalmente o evangélico como uma grande massa que pode decidir uma eleição. Oremos pelo nosso país.
Jorge - 23/10/2010 7:05
Ótimo artigo.As Igrejas não seriam Igrejas se não se posicionassem a respeito do aborto.Seria uma omissão criminosa,pois é crime de homicídio matar criancinhas deste a data da concepção até os 9 meses de gestação,com todos os agravantes existentes no código penal.Não importa onde estejam guardadas as criancinhas, se no berçario hospitalar,nos colos, nas creches ou no ventre materno.O totalitarismo impos censura às Igrejas por condenarem o aborto e dizer quem são os abortistas mais conhecidos, candidatos ou não. Votar em abortista é implantar o aborto oficial no Brasil,pois é conhecidíssimo o poder dos chefes dos poderes executivos. Parabéns ao articulista e ao site REGIAONOROESTE POR NÃO ACEITAREM A CENSURA.
Miryan Rosa - 23/10/2010 11:34
Isso mesmo Pastor Humberto temos que analisar bem para quem iremos eleger para ser o nosso presidente , pedir a sabedoria de Deus para que nao nos arrependemos mais tarde ...Oremos pelo nosso Pais, p que Deus continue fazendo milagres
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